quarta-feira, 15 de junho de 2011

Voltando... com crítica.

Como sempre eu estou ausente, sei que não existem muitos leitores deste blog, mas me sinto abandonando o barco mesmo assim. Não vou dizer que agora vim para ficar por que será mentira, eu vou sumir de novo como faço sempre e depois vou reaparecer. Bom, para essa volta preparei uma crítica sobre o filme “Bruna Surfistinha”, sei que o assunto já ta manjado, mas mesmo assim preciso escrever sobre isso.

Quando surgiu a idéia do filme e foi divulgado o trailler eu fiquei com uma expectativa muito grande do que estava por vir, li várias matérias sobre o assunto e estava sempre ligada nas notícias sobre a data da estréia. No fim o filme estrelou e eu (como sempre) deixei passar e não fui olhar no cinema, com isso fui ouvindo vários comentários de amigos e colegas e também na internet sobre o filme, fui me decepcionando, mas mesmo assim queria muito ver. Pois bem, um belo dia resolvi assistir o filme, já tinha ouvindo falar que a classificação indicativa era de 14 anos, fiquei chocada, mas como eu não tinha visto, não podia comentar nada. Durante todo o enredo a atriz principal Débora Seco, que interpreta a famosa Raquel Pacheco, vulga Bruna, aparece praticamente nua nas senas de sexo, que só não são explícitas porque o filme não é pornô, pois deveria ser. Sei que o filme todo trata da vida de uma garota de programa, não achei errado as cenas de sexo, a nudez e o palavreado, achei errada a indicação do filme. Se pararmos para pensar, Bruna era uma menina de classe média alta que foi adotada, por não ter um bom relacionamento com os seus pais resolveu sair de casa e se prostituir. Esse foi o real motivo. Pois bem, ela começou por baixo e foi subindo, sendo “promovida”, no fim ficou rica, depois perdeu tudo, depois se casou com um dos seus clientes e se deu bem na vida. Ela contava tudo o que acontecia em seus programas em um blog, e assim se tornou famosa, não tanto quando viria a ser ainda. Naquele espaço ela contava tudo, das histórias mais sórdidas as mais leves e assim ela atraia mais clientes para dentro da sua casa onde trabalhava e assim ganhava mais dinheiro. É lógico que ela se drogou muito, como a maioria das profissionais do sexo, mas isso é só um detalhe. Depois que parou de ‘trabalhar’ a imprensa encontrou o blog e resolveu publicar junto com ela um livro, O Doce veneno do Escorpião, que conta todas as suas peripécias, foi um grande sucesso e com isso ela acabou ganhando muito dinheiro e se tornou uma pessoa pública. A televisão se interessou tanto pela história que resolveu fazer um filme, e com isso à menina passou a ganhar mais dinheiro. A história da garota de programa, rejeitada pelos pais adotivos, terminou muito bem. E esse é o principal problema da classificação do filme, meninas de 14 anos não tem nenhuma idéia formada do que é certo ou errado, muitas devem ter olhado o filme e pensando, “se com ela deu certo, comigo também pode dar”, é contada no filme uma história de vida fácil, onde se trabalha vendendo o corpo, não se cumpre horário, não se bate cartão e é possível ganhar muito dinheiro. Ao fim do filme todo mundo sabe como a história de Bruna termina, e é isso que muitas meninas de 14 anos podem pensar, ela ficou rica, casou e hoje é muito feliz, tem um livro com o seu nome e um filme que conta toda a sua trajetória de vida. Por que só com ela que pode dar certo? Esse é o X da questão.

Capa do filme e capa do livro.

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