terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Quanto tempo dura a vida?

Sou uma pessoa extremamente emotiva, tudo o que eu leio sobre alguma tragédia eu choro, todos os filmes de tragédia e de romance eu choro e até com propagandas na televisão e no rádio eu também choro. Sou uma chorona.

Hoje quando comecei a ler à Zero Hora me deparei com a matéria sobre o Sítio da Família Lima, uma tragédia sem tamanho e que fez literalmente muitas vidas irem por água abaixo.

Um rapaz jovem, estudante e apaixonado por música e com uma vida inteira pela frente ,cheio de sonhos e alegrias foi embora e junto com ele uma porção de outras pessoas, uma namorada que sobreviveu, uma família e inúmeros amigos. Breitner parecia levar uma vida feliz e foi pura e simplesmente passar o dia em um sítio, em uma reserva ecológica que certamente tem uma paisagem divina, ele só tinha ido até lá se divertir com os amigos.

A gente jamais pensa que alguma coisa de ruim pode acontecer e a nossa vida pode ir embora em um piscar de olhos, mas a verdade é essa mesmo, assim como a menina que estava viajando com a turma do terceiro ano do colégio e que fatalmente morreu de aneurisma cerebral, e este rapaz que também fatalmente acabou tendo a vida levada pela enxurrada que tomou conta do sítio, pode acontecer com qualquer pessoa.

Ninguém pensa que em um segundo tudo pode acabar e não acho que seja certo pensar assim, acho que tem que se pensar que em um segundo se vive muito.

Como Breitner poderia saber que ia morrer? Ele não sabia e na certa nem imaginava uma coisa dessas, por que a gente nunca imagina. Será que ele disse um “eu te amo” para a sua namorada naquele dia? É esta a questão central, não deixar de fazer as coisas hoje para fazer amanhã, deixar para declarar os sentimentos por alguém hoje por que o amanhã é logo ali, mas não passa pela cabeça de ninguém que o amanhã pode demorar ou não chegar.

Então é provado que não se sabe exatamente quanto tempo dura a vida, por isso é preciso viver todos os segundos como se eles fossem os últimos, por que de fato, podem ser.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O mar pede socorro.

Meu senso crítico sempre faz com que eu faço os momentos bons virarem um tremendo turbilhão de preocupações.

Choveu o final de semana inteiro na praia e por conta disso passei dormindo, comendo e jogando UNO, uma verdadeira beleza pra mim que não sou muito chegada em ficar suando na beira do mar embaixo de um sol escaldante, gosto, mas não morro de amores.

No domingo o sol revolveu dar as caras, meio tímido, hora se escondendo atrás das nuvens, hora dando um olá para os banhistas. Resolvi eu também dar um olá para o sol e fui tomar um lindo sorvete, na volte resolvi caminhar pela beira da praia. Para mim não tem melhor sensação do que caminhar a beira mar, sentindo aquela brisa fininha, aquele cheirinho de sal e aquele mar que vem e vai, mas mesmo por trás de toda essa beleza não tirei os olhos da areia, ou melhor, do que estava espalhado pela areia.

Em um trajeto de 3 guaritas notei sabugos de milhos, sacolas plásticas, latinhas de refrigerante e cerveja, palitos e embalagens de picolé e sorvete, copos plásticos, papeis de balas e pirulitos, isso sem contar o que o mar levou e o que já está embaixo da areia.

Isso não acontece somente em Cidreira, final de semana passado quando fui para Capão da Canoa, me arrisquei a tomar banho de sol na parte da manhã e estava acontecendo uma maratona de revezamento da beira da praia, até ai tudo tranqüilo e correto, mas os maratonistas recebiam em certos pontos da praia copinhos de água que eram largados a beira mar, como não vi ninguém recolhendo esses copos fiquei preocupada, mas pensei que deveria ter alguém especializado e já contratado para este serviço, no momento que pensei isso o mar levou consigo um dos copinhos. Eu só vi um sendo levado pela água, e os outros que hoje podem estar no meio do oceano mudando toda a composição da água e matando peixes e animais marinhos?

O que muitas pessoas não sabem é que em questão de problemas ambientais o mar é o que mais sofre, pois na época de veraneio as pessoas “esquecem” seus lixos na beira da praia e de uma forma ou outra o mar acaba levando para dentro do oceano, sem contar nos produtos químicos que existem nos protetores e bronzeadores e nos produtos que são usados nos cabelos, certas coisas não é possível reparar como os cuidado coma pele, mas custa muito levar um sacola plástica, recolher os lixos e levar para casa?

O futuro é agora, é hoje e amanhã será dos nossos filhos e netos, será que essas pessoas que maltratam assim a natureza sabem que os seus futuros herdeiros é que vão sofrer as conseqüências? Creio que não.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Profissão: Pobre, porém feliz.

Se você tem entre 17 e 18 anos e está na frente do computador se inscrevendo para o vestibular, ou se está pensando no que vai ser quando crescer, a escolha certa (para seus pais) é direito, engenharia ou medicina, mas se você quer dar muita risada nas suas aulas de graduação, quer ver filmes, documentários, se viciar em café preto e ser um possível alcoólatra, façam comunicação social.

Os pais sempre querem o melhor para seus filhos e o melhor para os seus filhos é ter um carrão, uma mansão, um bando de filhos, ir a festas chiques, beber champagne e comer caviar. Ok, não é tanto assim, mas o melhor que os seus pais querem para você é uma vida boa, uma vida em que não seja preciso esmolar na esquina para sustentar seus 10 filhos, mas se seus pais forem legais, legais mesmo eles nunca vão lhe pedir para cursas nenhum desses três cursos e vão aceitar quando você, uma pessoa que nasceu em uma boa família, que não passa fome e que é feliz queira fazer um curso em que poderá passar fome, mas que irá continuar muito feliz.

Qualquer pessoa hoje que faça jornalismo sabe que a vida não vai ser nada fácil, sabe o fardo que terá que carregar para levar o leite e o pão para casa, sabe muito bem que não irá dar “Boa noite!” no Jornal Nacional, sabe que não irá dar “Boa taaaaaaaaarde.” No RBS Esportes, sabe que não ocupará a penúltima página da ZH no lugar do centenário Santana e sabe que não terá os cabelos, a postura e a beleza da Patrícia Poeta, sabe de tudo isso e muito mais, sabe que terá que morrer trabalhando para conseguir comprar aquela máquina fotográfica linda e depois morrer mais um pouco trabalhando para fazer aquele curso de fotografia para depois tentar arrumar um emprego de fre lancer batendo fotos de alguém cantando em um bar para meia dúzia de pessoas. Vai trabalhar em uma redação de um jornal semanal, onde pagam uma miséria e as pautas são sobre os bueiros abertos da vila da Dona Mariquinha, e pode apostar você vai ter que ir até a vila sozinho e se der sorte não será assaltado. Não esquecendo de que você um dia será estagiário, que além de ganhar pouco vai ser escravizado pelos seus colegas jornalistas recém formados.

Para se dar bem nessa área é necessário ser influente, ou seja, um arroz de festa conhecedor de pessoas com dinheiro ou que conhece outras pessoas com dinheiro, do contrário será sempre assim, a vida toda.

Não quero desestimular quem está pensando em ir para esta área, quero que se inscrevam nas exatas para não ter mais uma pessoa concorrendo comigo neste campo do mercado que é do tamanho de uma quitinete (brincadeira), na verdade esse curso, não só esse mais os três cursos da comunicação social são para pessoas apaixonadas, pessoas que não tem medo de serem felizes mesmo sabendo que no final do mês a conta bancária vai estar quase zerada, e que você terá uma pauta às 3h da manhã que será uma verdadeira porcaria, se você quer ser feliz faça jornalismo.

Ninguém vive de amor, e não é tão complicado assim quando eu delatei, é apenas difícil, mas como dizem: “Tudo que se consegue com esforço a recompensa é muito maior.” Então caros jovens de primeira viagem, sejam jornalistas e contem para o mundo o que somente os seus olhos conseguem ver.